Identidade Gamer: novos paradigmas
sobre comportamento e política
dentro dos territórios gamers

Entre abril e junho de 2022, o Laboratório de Impacto Gamer (LIGA) realizou uma pesquisa inédita, conduzida pela Box1824, sobre perfis comportamentais e percepções políticas entre jovens gamers, de 18 a 34 anos. Diferente de pesquisas de mercado ou de estudos acadêmicos de nicho, buscamos entender o perfil dessas audiências para além de características demográficas, perfis financeiros e hábitos de consumo.

A pesquisa “Identidade Gamer” inova em buscar entender as visões de mundo, os valores e os territórios dos gamers brasileiros. Veja a seguir três dos principais achados da pesquisa.

Identidade Gamer: novos paradigmas sobre comportamento e política dentro dos territórios gamers

Entre abril e junho de 2022, o Laboratório de Impacto Gamer (LIGA) realizou uma pesquisa inédita, conduzida pela Box1824, sobre perfis comportamentais e percepções políticas entre jovens gamers, de 18 a 34 anos. Diferente de pesquisas de mercado ou de estudos acadêmicos de nicho, buscamos entender o perfil dessas audiências para além de características demográficas, perfis financeiros e hábitos de consumo.

A pesquisa “Identidade Gamer” inova em buscar entender as visões de mundo, os valores e os territórios dos gamers brasileiros. Veja a seguir três dos principais achados da pesquisa.

Histórico

As comunidades gamers brasileiras têm três características muito próprias:

  • O consumo além da compra: consumir games não passa, necessariamente, pela compra direta no Brasil. Assim, a comunidade brasileira é marcada pelo convívio social e pela experiência do jogar junto.
  • Pirataria e gambiarra: esses são atalhos para consumir jogos de forma coletiva. O documentário “Paralelos”, da Red Bull, já narrou sobre a importância da pirataria para a criação de um mercado de games no Brasil. 

Além disso, percebemos que muitas comunidades foram formadas na base do escambo e da muamba.

  • Compartilhamento: mesmo jogando offline, não se joga sozinho. Jogar com os amigos, lan houses, assistir o irmão jogar, estar conectado. A comunidade brasileira é repleta de festas de jogos, pontos de encontro e trocas com a vizinhança.
  • O consumo além da compra: consumir games não passa, necessariamente, pela compra direta no Brasil. Assim, a comunidade brasileira é marcada pelo convívio social e pela experiência do jogar junto.
  • Pirataria e gambiarra: esses são atalhos para consumir jogos de forma coletiva. O documentário “Paralelos”, da Red Bull, já narrou sobre a importância da pirataria para a criação de um mercado de games no Brasil. 

Além disso, percebemos que muitas comunidades foram formadas na base do escambo e da muamba.

  • Compartilhamento: mesmo jogando offline, não se joga sozinho. Jogar com os amigos, lan houses, assistir o irmão jogar, estar conectado. A comunidade brasileira é repleta de festas de jogos, pontos de encontro e trocas com a vizinhança.

Comportamento

Existem seis principais perfis comportamentais nas comunidades gamers brasileiras. Cada um deles pode ser classificado de acordo com seus valores, comunidades formadas, linguagens e temáticas, motivações, influências e canais:

Questionadores

O grande apelo à sua entrada e permanência no universo gamer é o seu caráter de refúgio. Parte de um grupo minorizado, os questionadores encontram muito mais do que jogos: reconhecem suas iguais, criam comunidades e são vocais em relação às violências e invisibilizações de gamers que fogem da norma.

  • Valores: Acolhimento e visibilidade.

Harmônicos

Embora tenham certo interesse em notícias que podem afetar suas vidas, eles têm seus limites: quando um assunto/pessoa gera conflito, eles saem de cena e vão em busca de rodas e grupos mais harmônicos. Fugir de conflitos, aliás, também é uma estratégia para não perder tempo com pessoas/ideias que julgam intolerantes.

  • Valores: Tolerância, harmonia, respeito.

Escapistas

Potencialmente desconectados da realidade e dos acontecimentos do mundo, eles se dissociam, de forma consciente, do cotidiano que consideram banal. Para eles, a pulsão de vida está na relação com seus iguais: seus amigos (do mundo físico e do virtual) são sua fortaleza. Juntos, constroem e reconstroem suas próprias identidades.

  • Valores: Fantasia e experimentação.

Ocasionais

Embora os games possam ocupar parte do seu tempo livre, eles dividem seu tempo com outras mídias sem priorizar a outra. Enxergam a si mesmos em processo de aprendizagem constante: dizem escutar todos os pontos de vista antes de assumir alguma posição. E mais: acham que ouvir os dois lados é sinal de prudência.

    • Valores: Distração, relaxamento, lazer.

Memeiros

Consumidores vorazes de conteúdos de humor mainstream brasileiros, acham que as pessoas deixam tudo muito complicado. Avessos às problematizações, priorizam abordagem cômica e preferem se informar de forma rápida e instantânea, como o Twitter permite. Para eles, os games são um território potencialmente divertido.

  • Valores: Jocosidade e quebra de regras.

Medalheiros

Em grande conformidade com o discurso hegemônico, encaram os games com alto nível de competitividade e dedicação. Nesse universo, eles vislumbram enxergar os frutos do seu esforço e sonham, um dia, serem reconhecidos por isso – inclusive financeiramente.

  • Valores: Alta performance, habilidades e conquistas por mérito próprio.

Visão política

Quando conversamos sobre política com os gamers, identificamos que eles aderem a quatro visões principais.

Visão anti-doutrina:

Crenças: Luta anticorrupção, esforços reconhecidos e antipolitização.
Quem está aqui: Memeiros e Medalheiros

Visão de conciliação:

Crenças: Respeito e tolerância, todos podem ser heróis, responsabilidade coletiva.
Quem está aqui: Harmônicos, Ocasionais e Escapistas.

Visão terceira via:

Crenças: Contra a velha política, proximidade & transparência e alternância de poder.
Quem está aqui: Ocasionais e Escapistas

Visão de problematização:

Crenças: Direitos básicos garantidos, espaço aos invisibilizados e reforma política.

Quem está aqui: Questionadores

Acesse a pesquisa completa

Entenda como qualificar o olhar para esses públicos, para além dos estereótipos.